O Mazda CX-60 é o mais recente modelo em forma de SUV da firma japonesa sediada em Hiroshima que foi colocado à venda em solo europeu na segunda metade do ano de 2022. Mais do que isso, e tendo em conta que nos últimos anos – desde que saiu do domínio da Ford (felizmente para os puristas da marca) – tem apostado fortemente neste formato de carroçaria, sem nunca descurar outros formatos – por exemplo: a saga do pequeno roadster MX-5 continua a perdurar no tempo e no espaço, com argumentos fortes que certamente vão justificar o surgimento de uma nova geração -, este é o primeiro modelo da marca a apresentar uma motorização híbrida plug-in, isto é, cuja bateria que alimenta o motor elétrico se carrega por via de uma tomada elétrica. Por enquanto, e enquanto não surgir na Europa o mais imponente SUV de sempre da Mazda – o CX-90 de sete lugares que por enquanto apenas será vendido nos mercados norte-americano e Médio Oriente -, o CX-60 será o modelo topo-de-gama e com o melhor posicionamento premium dentro do leque de modelos Mazda, ao mesmo tempo que tem o mérito de elevar a qualidade de construção e de materiais de revestimento a níveis apenas vistos em modelos automóveis “made in German”. Com a diferença de ser construído integralmente no Japão, onde a arte japonesa se expressa em detalhes únicos que espelham qualidade irrepreensível, harmonia plena e apurado foco de design. Aliás, em termos de qualidade geral, já supera qualquer construtor japonês. Mas isto é apenas a minha opinião… e certamente de muitos! Bom, quer dizer… na realidade existe uma marca, do grupo Toyota, que se equipara à Mazda nesse aspeto. O que é sempre bom para alimentar a competividade entre as duas marcas… Ok, vamos prosseguir!…

Por outro lado, com o CX-60, a Mazda reforça a sua reputação como firma que segue as suas próprias ideias – já o fizera recentemente com a tecnologia Skyactiv-X estreada no atual Mazda3 -, estreando não só uma interpretação muito própria de uma motorização híbrida plug-in sem adição de turbocompressor, denominada e-Skyactiv PHEV, mas também a mais recente evolução do motor turbodiesel de seis cilindros e 3.3 L de cilindrada que é coadjuvado pelo pequeno motor elétrico de 22 cv que dá um boost precioso nos arranques e em acelerações mais vigorosas e confere a esta motorização uma tipologia mild hybrid. Existem ainda diversos atributos e tecnologias que a Mazda estreia no CX-60 que conferem a este modelo um carácter distinto dos demais SUV que a generalidade das marcas hoje fabricam. Já para não falar de uma nova interpretação muito feliz da filosofia de design Kodo (que significa “alma em movimento”) que conjuga curvas e cores harmoniosas com arestas vincadas mas muito fluídas e ganha no CX-60 um novo significado… e ainda do reforço da filosofia de condução “Jinba Ittai”, cuja evolução (deliciosa, diga-se de passagem) irei explicar detalhadamente mais adiante. Desde que a Mazda estreou a “saga” de motores SKYACTIV com o claro objetivo de otimizar a performance pela via de um constante melhoramento na eficiência de combustão – razão pela qual a Mazda não caiu na tentação de fazer downsizing na cilindrada dos motores -, a nova motorização PHEV é claramente a mais avançada tecnologicamente nesse sentido.

O Mazda CX-60 está disponível com quatro linhas de equipamento distintas, por ordem de nível de luxo e de quantidade de equipamento de série: Prime Line, Exclusive Line, Homura e Takumi. Enquanto que a linha Takumi apresenta mais detalhes em cromado e um interior rico em materiais de cores claras com detalhes de costura únicos, na linha Homura predominam os materais de cor escura com pormenores em piano black nos para-choques e nas jantes, mais apelativos para quem gosta de variantes desportivas, aos quais se conjugam as aplicações em alumínio que contrastam com a napa de alta qualidade e tons negros. Uma sugestão: pesquisem o termo “Homura” no Google e aí vão encontrar resultados interessantes que ajudam a justificar a designação que a Mazda escolheu para a sua interpretação mais desportiva do novo SUV e que existe também no Mazda3 cujo exemplar testei para o meu outro canal de YouTube “Ponto de Vista Automóvel” em 2020.
Antes de entrar em detalhes e impressões dinâmicas sobre o novo CX-60, com especial enfoque na linha de equipamento Homura, convido todos a visualizarem o seguinte vídeo com a chancela SPUNIQCARS VLOGS sobre o inesquecível ensaio ao Mazda CX-60 PHEV Homura que fiz a convite do Concessionário Mazda (Porto) da Auto Sueco Automóveis na pessoa de Eduardo Ferreira, cujos contactos deixo aqui: Tel. +351 226 150 485; Tlm. + 351 916 601 156; Email – eferreira@autosueco.pt.
Depois de visto o vídeo, vale bem a pena debruçarmo-nos sobre os todos detalhes que fazem do CX-60 um Mazda muito especial.
UMA NOVA INTERPRETAÇÃO DO DESIGN KODO
O Mazda CX-60 é apenas o segundo modelo que se enquadra na segunda fase do design Kodo estreada pela atual geração do Mazda3, apresentando uma interpretação mais aprimorada e avançada com o intuito de se afirmar verdadeiramente como um modelo que só poderia ter sido fabricado no Japão. Tendo em mente a popularização da tipologia de carroçaria SUV, os engenheiros procuraram impregnar mais inteligência e elegância à beleza e dinâmica da “alma em movimento”, criando assim uma nova variante chamada “Noble Toughness” (dureza nobre) que é claramente inspirada no conceito japonês de Ma, que é a beleza calma e digna de espaço vazio, resultando numa arquitetura única e distintiva de SUV com motor dianteiro e tração traseira (tração integral para as versões mais potentes).

Face ao Mazda3, a elegância e a qualidade premium do interior foram reforçadas por via de um maior enfoque nas filosofias de Kaichou – elemento de harmonia que mistura diferentes materiais e texturas, tais como madeira de ácer, tecido em napa, tecidos japoneses trabalhados de forma muito especial e detalhes em cromado – e de Musubu – a arte de encadernação que foi a inspiração para uma costura especialmente detalhada do painel de instrumentos. A grelha frontal profundamente e meticulosamente esculpida e o binómio nariz longo/silhueta traseira truncada formam uma estrutura poderosa e dinâmica e uma imponente presença em forma de um belo e elegante SUV, assim como um interior espaçoso e trabalhado ao pormenor, com níveis máximos de qualidade visual e tátil, luxo e desportividade nos níveis de equipamento Homura e Takumi.
O objetivo primordial da linhagem Kodo aquando da concepção do CX-60 foi criar uma forma pela qual o carro, tal como um objeto em movimento, se assemelhe a uma criatura viva correndo a toda a velocidade, de forma a que a sua estrutura expressa estabilidade – tal como um ser vivo usa a sua estrutura esquelética e seus músculos para se agarrar firmemente ao solo – ao mesmo tempo que transmite fortaleza de modo a se fazer notar de qualquer ângulo. Não menos importante: a grelha frontal adota um rácio de aspeto ajustado às dimensões da zona frontal do veículo, com uma altura maior do que noutros modelos da Mazda, apresentando agora indicadores de direção integrados de modo a acentuar o grau de nobreza do CX-60. O desenho do sistema de iluminação frontal do CX-60 é, também ele, totalmente novo. Ao contrário dos modelos anteriores, o arranjo dos faróis apresenta lâmpadas empilhadas verticalmente e uma assinatura luminosa em forma de L de modo a criar uma expressão de força do novo SUV. A assinatura da iluminação traseira também adota um design em forma de L de forma a combinar com os grupos de faróis dianteiros, resultando num estilo horizontal consecutivo amplamente difundido que corresponde ao nível de qualidade premium do CX-60.






O perfil do CX-60 revela um posicionamento relativamente recuado da zona do habitáculo que lhe confere uma sensação dinâmica de movimento. A sensação de robustez, devido às generosas dimensões – 4745 mm de comprimento, 1890 mm de largura e 2870 mm de distància entre eixos -, é reforçada pelo elegante tratamento da superfície – com um feixe que desce da borda traseira da cabine e roça o arco da roda traseira antes de atingir o solo – que representa um arrojo muito próprio visto apenas na caligrafia japonesa e na arte moderna, ao se recusar a ser limitado pela moldura da tela. Seguindo a prática de acrescentar um emblema à asa dianteira dos carros desportivos, o novo SUV apresenta uma assinatura lateral que reflete o excelente desempenho performante proporcionado pela arquitetura base de motor dianteiro e tração traseira – esquema que na atual gama de modelos Mazda era exclusiva do roadster MX-5.
Em termos de cores de carroçaria, para além dos familiarizados e apaixonantes tons Soul Red Crystal e Machine Grey, foi criado um novo acabamento de cor em tom de branco chamado Rhodium White, este através de uma evolução da tecnologia de pintura de pintura Takuminuri, sendo esta a cor que melhor assenta no nível de equipamento mais luxuoso Takumi. Esta cor foi inspirada na crença estética japonesa de que menos é mais, e no “nada” da corrente budista Zen, criando a imagem de uma máquina focada na densa luminosidade do metal. Em contraste com um acabamento em branco-pérola convencional, o Rhodium White apresenta um brilho forte com uma textura de partículas ainda mais densa, acentuando a forma poderosa e graciosa do Mazda CX-60.

Em termos de jantes, o CX-60 pode ser equipado com estilosas jantes de liga leve de alumínio, com medidas de 18 ou 20 polegadas. No caso da versão Homura que tive o prazer de testar, as jantes são maquinadas totalmente em preto, com a designação Aluminum Wheel Black Metallic e medida de 20 polegadas para pneus de medida 235/50R20_100W, a mesma configuração apresentada de série pela versão Takumi com a diferença de os 5 raios em “foice” apresentarem um acabamento em alumínio escovado.










O design do habitáculo é genuinamente um Mazda e segue integralmente a lógica emocional do exterior do CX-60. O primeiro item a saltar à vista é o amplo painel de instrumentos que apresenta linhas contínuas que percorrem as saídas de ventilação até aos frisos das portas, reforçando a amplitude do interior. Não menos impactante, a consola central possui um tamanho generoso e um aspeto forte, penetrando no espaço do habitáculo da frente para trás de modo a refletir a presença de um motor montado longitudalmente, uma nova transmissão automática de 8 velocidades e tração de base às rodas traseiras (tração integral nas versões mais potentes). Profundamente enraizado na herança japonesa, o interior impregna a qualidade viva do grão de madeira natural e tecidos de alta qualidade, cuja roupagem é assegurada pela alta costura japonesa que garante os mais elevados níveis de qualidade em ambos os materiais, resultando numa textura sedosa que conjuga métodos tradicionais com novas tecnologias. Mais especificamente: o tratamento do acabamento da madeira de ácer reflete a filosofia esteticista japonesa de Hacho, que consiste num equilíbrio assimétrico ou irregularidade intencional; os diversos padrões e fios têxteis respondem com sensibilidade às mudanças de luz, ao passo que uma técnica de costura japonesa chamada Kakenui cria emendas de “costura suspensa” com espaços entre os tecidos de acabamento, revelando um vislumbre do material que se encontra debaixo. Tudo isto é complementado pela extraordinária iluminação ambiente branca nas guarnições das portas dianteiras e traseiras. Em qualquer linha de equipamento, o CX-60 tem como opção um tejadilho panorâmico de grandes dimensões – 1060 mm x 995 mm – a fim de expandir o alcance da visibilidade e da luz natural para os passageiros do banco traseiro. Por outro lado, a linha do tejadilho entre os pilares B foi projetada para reduzir o peso e aumentar a segurança contra impactos laterais.
EVOLUÇÃO DA FILOSOFIA DE CONDUÇÃO “JINBA ITTAI“
O novo Mazda CX-60 apresenta a mesma tipologia de design do cockpit, cuidadosamente notável, a qual é encontrada em todos os modelos da firma de Hiroshima, apresentando um layout horizontalmente simétrico focado no condutor e, com isso, uma posição de condução ergonicamente excelente, natural e com apoio que permite ao condutor concentrar-se na estrada e no trânsito à sua frente. O facto da caixa automática de 8 velocidades ser notavelmente fina anulou beneficamente qualquer aumento na largura do túnel de transmissão, permitindo o posicionamento ideal dos pedais e do assento do condutor, bem como espaço para os joelhos ao lado da consola central… mesmo para joelhos mais largos (isto segundo palavras da própria Mazda!). Os bancos foram otimizados para uma melhor ergonomia e conforto, facilitando a manutenção do equilíbrio natural dos ocupantes, de tal modo que até o ajuste da altura dos bancos foram concebidos para permitir que os ocupantes alterem a altura dos assentos sem alterar a sua postura ou ajustar sequer o mecanismo deslizante novamente depois de usar o elevador. Quanto ao volante, que apresenta um novo desenho em linha com a evolução do design Kodo, oferece uma inclinação de 45 mm e uma faixa de ajuste de alcance de 70 mm. O apoio de braço central é 230 mm mais longo e 37 mm mais largo do que o do CX-5 cujo restyling acaba de ser apresentado e segue a mesma linha de design do CX-60, com as suas naturais diferenças. O botão de controlo de comando, por seu lado, avançou 132 mm e foi elevado em 82 mm, para que o condutor (ou o passageiro do lado) possa operar toda uma panóplia de sistemas com o seu braço apoiado confortavelmente no apoio de braço central. As maçanetas das portas dianteiras e os respetivos apoios de braço foram projetados para melhor aderência e suporte, sendo que os apoios de braço das portas estão agora nivelados em termos de altura relativamente ao apoio de braço central, reforçando deste modo o conforto dos ocupantes.




O Mazda CX-60 é o primeiro modelo da firma japonesa a ser equipado com um inovador sistema automático de ajuste de posição de condução denominado de Driver Personalization System, que tem três funções: a de guia automático de posição de condução; a de restauração automática de configurações; por fim, a de assitência de entrada e saída do condutor. O guia automático de posição de condução usa uma câmara para detetar a posição dos olhos do condutor, bem como informações sobre a altura do mesmo para estimar o seu porte físico e, em seguida, ajusta automaticamente o assento, o volante, o Active Driving Display e até os retrovisores externos de modo a corresponder à posição dos olhos do condutor. O sistema de restauração automática de configurações faz uso do reconhecimento facial e de dados sobre mais de 250 ajustes e configurações armazenados no veículo – incluindo a posição de condução, áudio e ar condicionado – para restaurar rápida e automaticamente as configurações de cada indivíduo de cada vez que há lugar a uma mudança de condutor; este sistema pode armazenar configurações para até seis pessoas, além de convidados. Quanto ao sistema de assitência de entrada/saída do condutor, este torna mais fácil para o condutor entrar e sair do carro ao fazer deslizar automaticamente o volante e o assento para “fora do caminho”.



Para um SUV de grande porte como o CX-60, e como se a sobejamente importante posição de condução não fosse, por si só, suficiente para uma boa visibilidade a bordo e em todos os contextos, existem na realidade outros detalhes no design que tornam o novo modelo ainda mais apurado, justamente no campo da visibilidade – e nisso muito poucas firmas automóveus a acompanham. Para além do facto de, por exemplo, os assentos serem mais altos para garantir uma visão mais clara e desobstruída do capô, de modo que o condutor tenha uma visão mais clara das extremidades do carro e o posicione com precisão na estrada – ótimo para estradas estreitas e estacionamentos -, a forma do próprio capô foi cuidadosamente desenhada para tornar mais fácil para o condutor identificar o limite dianteiro do veículo. Com isto, o limite de visibilidade frontal diagonal do capô (a quantidade de supefície da estrada oculta pela curva do veículo diagonalmente oposta ao condutor) foi reduzido em 303 mm comparativamente ao modelo CX-5, enquanto que o limite de visibilidade frontal (a quantidade de superfície da estrada oculta pelo veículo diretamente à frente do condutor) também foi encurtado em 100 mm. As harmoniosas formas do CX-60 também foram projetadas para facilitarem a verificação visual da diagonal atrás do veículo, permitindo que o condutor mude de faixa tranquilamente; além disso, a base do pilar A ganhou uma forma grande e curva para facilitar a identificação das crianças nos cruzamentos.




O Mazda CX-60 (e seu modelo homólogo CX-90 já mencionado nas primeiras linhas deste artigo) é o primeiro a apresentar um sistema informativo totalmente digital, sendo composto por três visores de instrumentos principais: um generoso e super atrativo painel de instrumentos em TFT-LCD completo dedicado totalmente para o condutor, um sistema de head-up display de alta definição que a Mazda denomina de Active Driving Display (por cima do tablier e apenas direcionado para o condutor) e um visor central de infoentretenimento de 12.3 polegadas (embutudo na zona central superior do tablier como se fosse um smartphone). O painel de instrumentos do condutor, além dos modos de assistência à direção e exibições de advertências, também suporta o Driver Personalisation System para otimizar a visibilidade de alcance do condutor; além disso, a inicialização dinâmica aquando do toque no botão “start engine” e o display dos modos de condução comandados pelo sistema Mi-drive trazem mais segurança e proteção por via de uma visibilidade aprimorada que é potenciada pela tecnologia TFT-LCD. Por seu lado, a área de ecrã do Active Driving Display é três vezes maior do que a do modelo CX-30, o que reduz o movimento ocular desnecessário, fornecendo ao condutor informações essenciais de velocidade instantânea e de sinais de trânsito de maneira fácil de entender, ao mesmo tempo que aumenta a sensação de segurança na condução. No que respeita ao display de infoentretenimento, a exibição textual foi ampliada e os seus dados de navegação foram expandidos para fornecer ao condutor informações mais detalhadas sobre a estrada à sua frente; em adição, as configurações dos Sistemas Avançados de Assistência ao Condutor (vulgo ADAS) e as informações do status da operação são agora exibidas otimamente de modo a permitir uma leitura rápida.
UMA REFERÊNCIA DE ESPAÇO E VERSATILIDADE
Se há uma característica que não podia faltar nem falhar num SUV premium é a simbiose entre espaço e versatilidade. Pode mesmo dizer-se que neste campo que o CX-60 é imbatível. O seu habitáculo tem de facto uma ampla largura, fornecendo 1504 mm de espaço para os ombros nos bancos dianteiros (44 mm a mais do que o CX-5) e 1441 mm nos bancos traseiros (50 mm a mais do que o CX-5). Os assentos traseiros oferecem espaço para as pernas mais do que suficiente para os passageiros se sentarem com as pernas retas, evitando o desconforto de torcer a parte inferior do corpo – mesmo os que possuem um grande porte físico conseguem manter uma postura confortável e estável. Incluindo o armazenamento sob o piso, o Mazda CX-60 possui uma capacidade de carga de 570 litros, aumentando-a para 1148 litros com os bancos traseiros rebatidos e 1726 litros quando carregado até ao teto. A usabilidade da área de carga foi, como seria de esperar face ao modelo de segmento inferior, bastante aprimorada. Continuando na comparação com o CX-5, a largura da abertura da porta traseira é de 1082 mm (35 mm mais larga do que no CX-5) e a altura da abertura é de 758 mm. Voltando ao compartimento da mala, de salientar que a diferença de altura entre o piso da bagageira e a soleira da porta traseira foi minimizada para facilitar o carregamento, ao passo que as irregularidades nas paredes foram removidas para dar lugar a um formato mais clean do compartimento de carga. O compartimento da mala está agora equipado com uma tomada elétrica de 12V CC e 150W. Para a motorização PHEV, encontra-se disponível uma tomada opcional de 230V e 1500W (disponível no exemplar testado no canal de YouTube SPUNIQCARS VLOGS) que pode ser utilizada quando o carro está parado, permitindo a realização de uma vasta gama de atividades ao ar livre independentemente da alimentação elétrica. Existe ainda a possibilidade de equipar o CX-60 com um sistema de abertura e fecho da porta traseira “mãos livres” (também disponível no mesmo exemplar testado), mesmo com as duas mãos ocupadas.






APLICAÇÕES E SISTEMAS DE ENTRETENIMENTO
A Mazda esmerou-se em dotar o novo SUV topo de gama de sistemas geridos a partir do display de infoentretenimento – comandado a partir do touch pad rotativo – que não se resumem aos obrigatórios e indispensáveis Sistemas Avançados de Assistência ao Condutor (vulgo ADAS), mas englobam outros variados programas e aplicações – para navegação e para entretenimento -, bem como o indispensável sistema de som da Bose® de última geração especialmente concebido para o CX-60 cujas 12 colunas estão embutidas de forma engenhosa e exemplar (relativamente a este sistema de som, não irei entrar em detalhes, pois não os considero relevantes para compor o ramalhete sobre o CX-60). Começando pelo Mazda Connect, que surge na evolução mais recente no CX-60, apresentando melhorias tais como um arranque mais rápido, melhor qualidade de imagem e som, um sensor giroscópio 3D integrado e ainda uma função gratuita de pesquisa de palavras que permite aos utilizadores procurar por destinos inserindo uma combinação de palavras-chave. Este sistema suporta a aplicação Apple CarPlay® sem fios e, pela primeira vez num Mazda, a aplicação Android Auto™ (também sem fios), para garantir uma conveniente experiência de usuário com integração das aplicações e ficheiros do smartphone por via de um emparelhamento deste tipo de dispositivo.




A Mazda desenvolveu a sua mais recente aplicação multifunções, denominada MyMazda, que está disponível gratuitamente (mediante prévio registo de cliente) para instalação no smartphone na Apple App Store e na Google Play Store. Esta aplicação apresenta uma série de Serviços Conectados em toda a Europa com uma funcionalidade avançada que remove quaisquer barreiras entre o carro e o condutor para proporcionar uma experiência de posse perfeita. Entre numerosas funções de conveniência e tranquilidade, o MyMazda inclui as seguintes:
- Localizador de veículos (Vehicle Finder) – ajuda o condutor a encontrar o carro se este estiver estacionado numa zona grande de parqueamento. Ao procurar o veículo num local distante e não visível a sua posição pode ser identificada através de um mapa digital;
- Fecho Remoto das Portas (Remote Door Locking) – permite que o condutor que se tenha esquecido de trancar as portas do veículo o faça utilizando a aplicação, notificando-o com um alerta (e notificação por push, se ativado) quando qualquer das portas não tiver ficado fechada;
- Navegação – antes de entrar no veículo, o MyMazda também pode ser utilizado para pesquisar destinos quando a orientação de navegação é necessária e enviar as informações relevantes para o carro, sendo que podem ser enviados simultaneamente vários destinos e locais ao longo da rota;
- Relatório de Saúde do Veículo (Vehicle Health Report) – permite que o proprietário verifique informações relacionadas com a manutenção do carro, como por exemplo o estado da pressão dos pneus, assim como receber notificações quando a manutenção programada está em falta. Ainda em relação a esta temática, os proprietários podem procurar o concessionário Mazda mais próximo e contactá-lo diretamente por e-mail ou telefone. O utilizador do veículo também tem acesso ao histórico de serviço do veículo e quando o próximo serviço deve ser feito, sendo que o serviço seguinte pode ser agendado diretamente na aplicação no concessionário Mazda escolhido;
- Assistência em Viagem (Roadside Assistance) – em caso de avaria do veículo, esta função fornece a informação sobre a natureza da avaria e, através da aplicação, a assistência é prestada;
- Alerta de Segurança (Security Alert) – em caso de uma porta ter sido arrombada, é ativado um alerta de roubo e um alerta de segurança notifica a aplicação sobre a causa e a ativação do alerta.
ESPECIFICIDADES DISTINTIVAS DA VERSÃO HOMURA
A linha Homura é, sem sombra de dúvida, a que possui o look mais desportivo. Apresenta uma cor exterior uniforme, equilibrando elegância e força com um senso de dignidade. O design exclusivo do para-choques dianteiro acentua a entrada de ar e cria mais área de superfície para a cor da carroçaria abaixo do para-choques. A guarnição exterior combina uma grelha frontal “favo de mel” pintada em Piano Black com a asa de assinatura em Jet Black e um revestimento de assinatura lateral e espelhos retrovisores totalmente em preto, assim como uma guarnição de dois escapes duplos e apêndice aerodinâmico distintivos e, por fim, as já anteriormente referidas jantes especiais de alumínio totalmente em preto, de 20 polegadas. O interior é predominantemente forrado a preto, com estofamento em couro napa padrão que cria um ambiente mais focado na condução, encontrando contraste na iluminação ambiente branca nas portas dianteiras e traseiras proporcionada pelas aplicações metálicas com aspeto polido/escovado que complementam a excelente qualidade dos acabamentos. Comparativamente à linha de equipamento Exclusive Line com grau Comfort, é ainda acrescentada de série a iluminação traseira da área dos pés e o sistema hidráulico de ajuste do volante que pode ser comandado pelo novo e delicioso Driver Personalisation System.



















A EXCELSA COMPOSIÇÃO MOTRIZ DO MAZDA CX-60
Recentemente, a firma fundada a 30 de janeiro de 1920 – que iniciou a sua atividade como fabricante de artigos em cortiça -, estabeleceu como objetivo eletrificar todos os veículos que produz até 2030, dando, pois, mais um passo para concretizar a sua declaração denominada de “Sustainable Zoom-Zoom 2030”. Nesse sentido, o novo Mazda CX-60 não só estreia a motorização plug-in hybrid (PHEV) a gasolina da marca, mas também inclui a tecnologia M Hybrid Boost (mild hydrid) de 48V na restante motorização da gama. Para as suas unidades de potência longitudinais, o novo modelo adota o conceito Skyactiv Multi-Solution Scalable Architecture, para melhor enfrentar os desafios da eletrificação e satisfazer as exigências ambientais, mesmo a adoção dos motores de seis cilindros a gasolina (ainda não apresentado oficialmente) e gasóleo. O formato longitudinal do powertrain do Mazda CX-60 oferece uma sobejante vantagem, sobretudo pela capacidade de abrigar motores e baterias de tamanhos diferentes no mesmo layout para os veículos eletrificados e pela facilidade de colocar o motor elétrico no mesmo eixo onde se encontra o motor de combustão e a transmissão.
A linha energética do Mazda CX-60 apresenta três novos motores: o primeiro PHEV da história da Mazda – uma unidade a gasolina e-Skyactiv G de 2.5 litros e quatro cilindros acoplada a um motor elétrico – e outra inovação da Mazda em dose dupla, ou seja, dois motores de seis cilidros em linha – uma unidade Diesel de 3.3 litros e-Skyactiv D e o tal motor a gasolina já referido, o e-Skyactiv X de 3.0 litros. Todos estes motores são acoplados a uma nova transmissão automática de oito velocidades e ao sistema i-Activ All-Wheel Drive da Mazda. No caso dos motores de seis cilindros, estes podem ser equipados apenas com tração traseira… fazendo companhia ao até agora “solitário” roadster Mazda MX-5 (também conhecido por Miata). Para variar os seus níveis de dinâmica e força, a Mazda equipou em todas as motorizações com o Mazda Intelligent Drive Select (Mi-Drive) que disponibiliza quatro modos de condução (mais o modo EV para o PHEV), proporcionando um controlo ótimo e prazer de condução em todos os cenários.







Agora podeis perguntar: porque é que a Mazda não disponibiliza versões de transmissão manual para os motores de seis cilindros mild hydrid? Sem dúvida que seria uma ótima adição para os puristas da condução em estrada livre e revirada, a exemplo do que a Toyota acabou por fazer na mais recente geração do fabuloso GR Supra, mesmo tratando-se de um SUV de grande porte. O problema é que essa ousadia retiraria a vantagem da exclusividade do Mazda MX-5, cuja virtude é a de proporcionar um comportamento acutilante – com a ajuda do baixo peso – e derrapagens controladas (vulgo drifts) com recurso à caixa manual e tração traseira. Sem esquecer o facto evidente de que a Mazda não segue modas e é extremamente fiel aos seus princípios. A não ser que mude de ideias. Continuando…
Os motores de seis cilindros foram desenvolvidos com base no conceito de “dimensionamento correto”, que exige a otimização da cilindrada para melhorar a eficiência de combustível e potência – daí que a Mazda não tenha caído na tentação do downsizing da cilindrada de motores com adição de turbos para aumentar a performance, e mesmo nas versões com turbocompressor que a Mazda fabrica para outros mercados que não o europeu, não há lugar a essa “tolice”. Combinando a transmissão automática de oito velocidades com a componente eletrificante do sistema mild hybrid de 48V da Mazda (M Hybrid Boost), todas as três unidades foram projetadas para melhorar drasticamente a entrega de energia e o prazer de condução, ao mesmo tempo que aprimoram o desempenho ecológico.
E que vantagens traz o motor elétrico M Hybrid Boost? A primeira grande vantagem é que faz dispensar os motores de combustão interna de seis cilindros da adoção de turbocompressores ao dar um boost nas acelerações e recuperações. Para além disso, incrementa a economia de combustível, mas também melhora o desempenho ambiental pela utilização da energia recuperada aquando das desacelerações, travagens e “velejamentos”, até mesmo em situações de marcha lenta, onde os motores de combustão interna não são tão eficientes, poupando esforços desnecessários ao motor de combustão. O apoio fornecido pelo motor ao arrancar de um modo parado e para dar suavidade aquando das mudanças de velocidade nota-se a partir do momento em que se carrega no pedal do acelerador, sendo mais um sinal de evolução da filosofia de condução “Jinba Ittai”.
Vale a pena “degustar” cada uma das motorizações que equipam o Mazda CX-60, todas elas muito eficientes face ao que outras marcas premium oferecem, bem como a caixa automática de oito velocidades made in house. E até mesmo da capacidade de reboque, surpreendente… ou talvez não!
Motorização 2.5 L e-Skyactiv PHEV
A primeira unidade motriz PHEV da história da Mazda combina uma versão modificada do motor Skyactiv-G 2.5 de injeção direta e quatro cilindros, que equipa o Mazda CX-5, com um grande motor elétrico de 129 kW (173 cv) de potência e uma bateria de iões de lítio de alta capacidade com tensão elétrica de 355 volts e energia elétrica fixada em 17.8 kWh que pode ser ligada a uma tomada caseira. O motor a gasolina desenvolve uma potência máxima de 141 kW (189 cv) e 261 Nm de binário, ao passo que o motor elétrico de 129 kW (173 cv) entrega 270 Nm de binário a 400 rpm. Para o Mazda CX-60, o motor a gasolina sofreu positivamente de um ajuste na admissão para melhorar o binário nas faixas de velocidade entre médias e baixas que são usadas com mais frequência – 1500 a 3000 rpm, resultando numa poderosa combinação entre o motor de combustão e o motor elétrico que produz uma potência combinada de 327 cv (241 kW) e um abundante binário de 500 Nm, o que faz desta motorização a mais potente de sempre num Mazda de estrada… “atmosfericamente” falando! A performance, essa é altamente impressionante, mesmo tratando-se de um SUV volumoso e pesado, permitindo ao CX-60 acelerar de 0 a 100 km/h em 5.8 segundos e uma velocidade máxima limitada eletronicamente de 200 km/h. Por outro lado, e principalmente quando funciona apenas com o motor elétrico, o CX-60 PHEV exibe uma pegada ambiental muito baixa, ao apresentar um consumo de combustível combinado de 1.5 L/100 km e emissões de CO2 combinadas de apenas 33 g/km (valores em ciclo WTLP).
Acerca da velocidade máxima limitada não se admirem, pois há carros de uma outra marca mais potentes cuja velocidade máxima limitada é ainda mais inferior e, afinal, para quê precisar de uma velocidade máxima superior se o limite de velocidade em Portugal é de 120 km/h?! De salientar também que a limitação visa não comprometer o alcance da bateria de iões de lítio…
Motorização 3.3 L e-Skyactiv D
O novo motor a Diesel e-Skyactiv D está associado a uma nova caixa automática de oito velocidades, oferecendo dois níveis de potência: 200 cv para um sistema de tração puramente traseira e 254 cv para o sistema de tração integral i-Activ All-Wheel Drive. A versão de motor menos potente atinge 200 cv (147 kW) entre as 3000 e as 4200 rpm e um binário máximo de 450 Nm atingido logo às 1400 rpm e constante até às 3000 rpm. O motor elétrico do sistema M Hybrid Boost acrescenta 153 Nm de binário, potenciando uma aceleração de 0 a 100 km/h em 8.4 segundos e uma velocidade máxima real de 212 km/h, o que não impede esta motorização de apresentar níveis de economia e de emissões impressionantes: 4.9 L/100 km e apenas 127 g/km (valores em ciclo WLTP). Já a versão mais potente do motor e-Skyactiv D debita 254 cv (187 kW) de potência às 3570 rpm e 550 Nm no intervalo entre 1500 e 2400 rpm e, coadjuvado pelo mesmo motor elétrico de 48 volts de tensão elétrica, acelera de 0 a 100 km/h em apenas 7.4 segundos e amplia a velocidade máxima para 219 km/h; economicamente é uma referência notável, com um consumo de combustível de apenas 5.3 L/100 km, com uma boa correlação de emissões que se mantêm nuns respeitáveis 139 g/km. Ora, tendo em conta de que estamos perante um motor Diesel de cilindrada alta e sem turbocompressores, tais registos são de fazer inveja a uma certa marca alemã que ainda mantém (e bem) a sua aposta nos Diesel.
Motorização 3.0 L e-Skyactiv X
O novo motor a gasolina 3.0 de seis cilindros em linha e-Skyactiv X tem o condão de aproveitar o bom equilíbrio de vibração dos motores de seis cilindros em linha pelos quais são conhecidos e combina isso com um importante aprimoramento na tecnologia de controlo preciso da combustão interna para a evolução e-Skyactiv X, dando origem a uma nova unidade que responde à questão da dimensão certa. Uma maior capacidade permite empurrar mais ar para o motor, eliminando a necessidade da turboalimentação. Isto permitiu à Mazda criar uma unidade com uma estrutura de base simples à qual foi adicionada uma árvore de cames dupla à cabeça e um comando de válvulas variável que altera a fase da árvore de cames de forma fiável e instantânea. Como resultado, o controlo do EGR (Exhaust Gas Recirculation – recirculação dos gases de escape) atinge a combustão com uma baixa proporção de combustível para o ar. Isto traz vantagens no que respeita à suavidade da aceleração e ao som envolvente, mas também à ecomonia de combustível cujo nível é similar ao motor e-Skyactiv X de quatro cilindros que foi estreado no Mazda3 em 2020. Contudo, não existem dados sobre potência, consumos e emissões de CO2 desta motorização apenas devido ao facto de a firma japonesa não ter revelado os detalhes finais nem implementado esta nova variante no mercado, contudo sabe-se que o 3.0 L e-Skyactiv X virá para o mercado no decorrer do presente ano de 2023.
A caixa automática de oito velocidades que dispensa o conversor de binário
Eis que também aqui a Mazda conseguiu inovar, ao fabricar uma nova transmissão automática de oito velocidades – que podem ser comutadas através de patilhas instaladas na zona traseira do volante – que oferece ao condutor mudanças de velocidade suave e responsiva numa ampla gama, alcançando o equilíbrio certo entre o desempenho dinâmico e a componente ambiental. A nova transmissão muda de marcha da mesma maneira que uma transmissão com conversor de binário – por meio de engrenagens planetárias e embraiagens multidisco – mas não possui um conversor hidráulico como embraiagem de entrada, mas sim uma embraiagem multidisco, bem como um sistema integrado de motor/gerador elétrico.

Ao substituir o conversor de binário por uma embraiagem, o binário do motor de combustão e do motor elétrico é transmitido diretamente, com mudanças rápidas e rítmicas, tal como numa transmissão manual. Além disso, a transmissão de fricção da embraiagem e as funções de refrigeração evoluíram de modo a proporcionar partidas suaves e alto nível de eficiência.
A unidade híbrida de energia PHEV permite a mistura de potência entre os dois tipos de motor de forma independente um do outro, e a nova transmissão é uma mais-valia para implementar essa funcionalidade suavemente em todas as marchas.
O desenho compacto da transmissão de oito velocidades de fabrico 100% japonês e o layout ideal de toda a estrutura motriz resultam num espaço do túnel de transmissão menor, minimizando o impacto no espaço da caixa dos pedais e permitindo uma posição de condução ideal.
Capacidade de reboque
O novo CX-60 PHEV e ambas as variantes de potência do novo CX-60 Diesel têm uma capacidade de reboque de 2500 kg (para 8% e 12% de inclinação). Para atingir essa meta, o desempenho da refrigeração do motor foi aprimorado por via de um aumento da área de superfície do radiador através da adição de um radiador lateral. Foi adotada ainda uma estrutura de radiador de dois níveis que refrigera a água de alta temperatura num nível e a água de baixa temperatura noutro nível. Por outro lado, o fluxo de ar sob o capô foi também otimizado para obter uma refrigeração mais eficiente por meio da instalação de um capô de duplo trinco, uma guia de vento para o radiador lateral e o fortalecimento dos dutos para reduzir a fuga do vento.
A APURADÍSSIMA DINÂMICA DE CONDUÇÃO
A conceção do Mazda CX-60 baseou-se na arquitetura Skyactiv Multi-Solution Scalable Architecture da Mazda – projetada para ser compatível com o layout mecânico longitudinal de SUV com motor dianteiro e tração traseira -, a qual, além de trabalhar com os novos motores de seis cilindros em linha Skyactiv e facilitar a instalação de tecnologias de eletrificação, tais como os já familares sistemas M Hybrid Boost e e-Skyactiv PHEV, apresenta inúmeras melhorias que otimizam a aplicação da filosofia Jinba Ittai.

A sensação de “Jinba Ittai” – união entre homem e cavalo, cujo espirito se transforma em união entre carro e condutor – que pode ser experimentada na condução do CX-60 em diversas situações situações no dia a dia, permanece sempre a mesma mesmo nos desafiantes caminhos de off-road durante as atividades ao ar livre de fim de semana ou até mesmo no inverno escorregadio de estradas cobertas de neve e gelo. Isto graças aos sistemas i-Activ AWD e Mazda Intelligent Drive Select (Mi-Drive) que permitem que o carro mantenha uma condução responsiva na estrada, ao mesmo tempo que oferece uma experiência de condução segura, mesmo em vários tipos de piso em off-road, graças à sua alta capacidade de controlo. Isso aumenta a confiança do condutor e permite que ele se sinta acompanhado por um parceiro de confiança ao conduzir.
Existem ainda outros componentes da arquitetura Skyactiv Multi-Solution Scalable Architecture, os quais têm por base a abordagem centrada no ser humano, tais como a rigidez da carroçaria que garante que o condutor possa sentir a resposta do veículo sem atrasos, bancos que tornam ainda mais fácil para todos os ocupantes manterem o equilíbrio enquanto o carro está em movimento, o sistema de suspensão que estabiliza a postura do veículo durante a condução e, por fim, um sistema de controlo da postura do veículo (exclusivo da Mazda), denominado de Controlo da Postura Cinemática (KPC – Kinematic Posture Control).
O sistema multimodos de condução Mi-Drive
O já referido sistema Mazda Intelligent Drive Select (Mi-Drive) do Mazda CX-60, comandado através de um distintivo botão de comutação assente na base da consola central, oferece cinco modos de condução alternáveis – Normal, Sport, Off-Road, Towing e EV (este último apenas presente na motorização PHEV) – com a finalidade de otimizar a aderência, a tração, a performance, o manuseamento e a segurança na mais ampla gama possível de contextos de condução.






O modo Normal busca o melhor equilíbrio entre a eficiência de combustível e o desempenho dinâmico e oferece uma condução confortável em todos os aspetos da vida diária.
O modo Sport maximiza o potencial de desempenho dinâmico do carro e melhora a capacidade de resposta do powertrain para apoiar um estilo de condução mais agressivo. Nas versões com tração integral, o sistema AWD aumenta a sua força de aperto para melhorar a estabilidade nas manobras e permitir que o condutor desfrute de uma condução poderosa com tranquilidade.
O modo Off-Road otimiza o sistema AWD, o sistema de controlo de tração (TCS – Traction Control System) e outros sistema dinâmicos para dar especial enfoque à força da tração para maior desempenho em terrrenos acidentados, oferecendo também uma função de “assistente de tração off-road” para ajudar o condutor a libertar o carro se este ficar preso.
O modo Towing (reboque) otimiza as características produtivas do sistema AWD para o aumento do peso quando um engate de reboque é montado para puxar um atrelado ou um porta-bicicletas ou até mesmo uma roof box montada por cima do tejadilho, proporcionando uma viagem sempre segura. Além disso, o sistema AWD é otimizado para rebocar atrelados até 2500 kg, melhorando a estabilidade do conjunto em linha reta.
Por fim, o modo EV (somente na versão PHEV) possibilita a condução apenas com o motor elétrico, sendo o modo ideal (e até obrigatório) em zonas onde é proibida a circulação de carros com motor de combustão interna ou em zonas residenciais tranquilas.
O “orgânico” sistema de tração integral i-Activ AWD
O novo sistema de tração integral i-Activ AWD da Mazda é o primeiro sistema da marca assente num sistema base de tração traseira e adota um sistema de tração às quatro rodas que utiliza uma embraiagem multidisco controlada eletronicamente. Tal sistema recém-desenvolvido atinge altos níveis de tração e características de manuseamento ideais que fazem dele um dos sistemas de melhor desempenho num veículo de estrada, envolvendo um sistema de tração integral permanente que preserva os mesmos níveis de performance em curvas neutras que um sistema de tração puramente traseira, mas equilibra-o com a estabilidade conferida pelo inovador sistema AWD. Uma maior estabilidade da sua poderosa tração na neve ou outro tipo de piso escorregadio, a sua estabilidade em linha reta em vias rápidas e autoestradas e sua manobrabilidade em estradas sinuosas (tipo EN e IP) superam em muito o sistema i-Activ AWD anterior baseado num sistema puro de tração dianteira.



Nas versões com a motorização híbrida PHEV, o sistema i-Activ AWD tem ainda o condão de se conectar com a travagem regenerativa coordenada para otimizar a distribuição regenerativa das rodas dianteiras e traseiras, de modo que mais energia possa ser recuperada aquando da desaceleração.
Nos modos Sport, Off-Road e Towing do sistema Mi-Drive, o controlo integrado do sistema AWD sobre o powertrain e os sistemas de travagem otimiza a distribuição da força motriz para as quatro rodas para melhor lidar com os vários ambientes de condução.
A majestosa e sólida carroçaria do Mazda CX-60
Com o conceito de linhagem japonesa do CX-60, a Mazda teve como objetivo permitir que o condutor sentisse instantaneamente a resposta do carro a cada operação de controlo, resultando num produto que oferece ao condutor uma verdadeira sensação de unidade atrás do volante. A rigidez da estrutura da carroçaria foi reforçada aproveitando o layout longitudinal do conjunto motor-transmissão para aumentar e fortalecer a secção transversal do chassi dianteiro. O aumento da rigidez das juntas dos membros da estrutura contribui para uma maior rigidez geral de toda a estrutura do tipo multi anel.

Do volante para os pneus dianteiros, e daí para a suspensão dianteira, a carroçaria, a suspensão traseira, os pneus traseiros, de novo a carroçaria e depois o assento, a força é transferida dos elementos rígidos do corpo humano – força muscular e estrutura esquelética – para os elementos rígidos mecânicos do carro devidamente montados, e o feedback do carro é percebido de imediato. Como resultado, as características de transmissão estrutural do Mazda CX-60 permitem que o condutor sinta que o carro é uma extensão natural do corpo humano.
Por outro lado, o posicionamento da bateria de alta tensão entre os eixos dianteiro e traseiro e o mais baixo possível dentro da carroçaria confere ao PHEV um centro de gravidade particularmente baixo. Isso, combinado com um sistema permanente de tração às quatro rodas que incorpora transferência de binário entre os eixos, confere ao carro características de dirigibilidade superiores, em pé de igualdade com os melhores do segmento premium (senão mesmo superiores).
Os ultraconfortáveis assentos premium
Na atual linha de modelos Small Architecture da Mazda, os assentos já são projetados para apoiar a pélvis corretamente, garantindo assim a mobilidade da coluna vertebral, tornando mais fácil para os reflexos de uma pessoa se equilibrarem contra as forças G laterais aquando das curvagens. No caso do Mazda CX-60, os assentos vão mais além, pois adicionam suporte para os pontos de apoio do movimento do corpo ao operar o volante e os pedais, criando uma estrutura que suporta as tentativas subconscientes do condutor de manter o equilíbrio em resposta às forças G nos diferentes ângulos de curva. Para conseguir isso, a Mazda aumentou o número de molas de amortecimento de três para quatro, melhorando ainda mais o apoio do assento ao corpo e evitando que a pélvis role para trás. A malha de suspensão do encosto foi alterada para uma placa, reduzindo a rotação da área peitoral. E a rigidez do suporte do assento foi aumentada para fornecer ainda mais suporte.





Para os elementos de poliuretano dos assentos, a elasticidade da estrutura de resina foi mantida, contudo o revestimento de resina nas células da almofada foi ajustado para equilibrar o amortecimento e a elasticidade. Isso não apenas melhora o conforto de condução, mas também contribui para uma transmissão mais rápida de força dos pneus traseiros, permitindo que o condutor se sinta mais sincronizado com o carro e desfrute de uma sensação de condução mais rítmica. Cada assento é projetado usando o mesmo conceito do assento do condutor, permitindo que todos os ocupantes do habitáculo aproveitem a viagem em classe premium sem serem influenciados pelo movimento do carro.
O indispensável sistema de suspensão
O novo Mazda CX-60 apresenta um sistema de suspensão double wishbone na frente e uma configuração multilink no eixo traseiro. Correspondendo à filosofia de condução genuinamente nipónica “Jinba Ittai”, a suspensão foi projetada para controlar a massa suspensa (corpo do carro) suavemente durante as curvas e estabilizar a postura do veículo numa ampla variedade de faixas de velocidade. A Mazda deu especial atenção a três parâmetros que garantem o bom funcionamento das molas e dos amortecedores, movendo-se apenas para cima e para baixo, sem trepidações laterais ou longitudinais em resposta ao ataque dos pneus: a adoção de uma geometria de suspensão que suaviza o movimento vertical da carroçaria; o deslocamento zero entre a inserção do pneu e a posição dos membros de suporte de amortecimento; por último, um layout de suspensão traseira otimizado. Além disso, a adoção da fundição de alumínio para o topo da suspensão nas quatro rodas aumenta a rigidez, resultando numa transmissão de input mais eficiente da suspensão para a carroçaria do carro e, portanto, uma transmissão mais rápida de força da suspensão dianteira para a suspensão traseira.
A configuração frontal double wishbone possui braços de controlo nas partes superior e inferior. Fazendo uso do espaço adicional oferecido pelo powertrain longitudinal, os braços de controlo da suspensão foram estendidos e o vão longitudinal garantido. Mesmo as partes mais básicas da suspensão foram cuidadosamente concebidas para fazer com que os pneus se agarrem melhor à estrada e estabilizem o movimento do veículo, mesmo em situações como curvagem ou condução em superfícies irregulares. O refinamento das configurações da suspensão resultou num movimento simples e suave da carroçaria, que oferece uma comunicação próxima entre carro e condutor.
Com base no conhecimento e na experiência adquiridos com o sempre popular roadster MX-5, a suspensão traseira multilink foi projetada para aumentar o conforto de condução e reduzir o ruído de rolamento sem afetar negativamente o manuseio nem a estabilidade, graças ao uso de juntas esféricas de metal no lugar das buchas de borracha nas laterais externas dos elos da suspensão traseira que aumenta a rigidez. Como resultado, a estrutura transmite a força dos pneus traseiros para a carroçaria do carro de forma mais direta, o que significa que, por sua vez, a resposta do veículo às solicitações do condutor será transmitida a este de modo mais direto, permitindo que o driver experimente uma verdadeira sensação de conexão com o carro.
O resultado da esquematização do sistema de suspensão centrada no ser humano para o Mazda CX-60 resulta num chassis que permite aos condutores experimentar um movimento do veículo independentemente da situação e uma suspensão que minimiza os movimentos da cabeça, permitindo aos proprietários desfrutar de um controlo intuitivo do automóvel em todas as ocasiões.
A direção conectiva do Mazda CX-60
Tal como acontece no MX-5, o Mazda CX-60 utiliza uma direção elétrica de pinhão duplo (EPS – electric power steering) que aumenta a rigidez do motor do EPS e das peças às quais ele se conecta que exercem uma grande quantidade de energia, criando uma relação sólida e consistente entre o ângulo do volante e o ângulo do pneu dianteiro. O resultado é uma direção direta e limpa que proporciona um controlo mais preciso e seguro sobre o carro.
Um amigo chamado Kinematic Posture Control (KPC)
O Kinematic Posture Control (KPC) – controlo de postura cinemática – é uma nova tecnologia exclusiva da Mazda que tira partido da forma como a estrutura da suspensão do Mazda CX-60 foi concebida para facilitar movimentos suaves da carroçaria e curvagens estáveis, mesmo a altas velocidades.
A suspensão traseira do Mazda CX-60 foi concebida para se opor à força da elevação e puxar a carroçaria para baixo quando o veículo trava. O KPC aproveita ao máximo essas características da suspensão, estabilizando a postura do veículo nas curvagens sob forças G particularmente altas, travando levemente a roda traseira interna para mitigar o rolamento e puxar a carroçaria para baixo. Além disso, o sistema usa a diferença de velocidade entre as rodas traseiras para detetar o estado de viragem em tempo real, usando essa informação para tornar o movimento do veículo mais linear e estabilizar a postura do carro conforme necessário. Com a vantagem de não acrescentar peso algum ao Mazda CX-60.
O precioso sistema Hill Descent Control (HDC)
O Hill Descent Control (HDC) – sistema de controlo de descida – permite uma condução segura em descidas íngremes com superfícies escorregadias e irregulares, como terrenos todo o terreno ou colinas cobertas de neve. O sistema monitoriza constantemente a rotação dos pneus e usa a informação para controlar com precisão a pressão do fluido dos travões e estabilizar o movimento do carro, mantendo automaticamente o carro a uma velocidade constante sem que o condutor precise sequer de usar os travões. Caso os calcanhares deslizem ao conduzir em descidas com o HDC ativado, o ABS assumirá automaticamente o controlo dos travões. Assim que o ABS é desativado, o HDC mantém novamente a velocidade de descida definida.
O HDC está operacional a velocidades de 3 a 20 km/h. Ele muda fica em standby em velocidades de 20 a 30 km/h para poder retomar o controlo a qualquer momento em que o carro retornar à faixa de velocidade operacional. A velocidades superiores a 30 km/h, o sistema desliga-se automaticamente.
A sublime tranquilidade do Mazda CX-60
Para que as viagens no Mazda CX-60 decorram com a desejada tranquilidade, o SUV premium japonês utiliza tanto o isolamento acústico como a tecnologia de absorção para eliminar todos os ruídos desagradáveis e dar ao habitáculo um silêncio único e refinado à imagem dos pergaminhos da Mazda. O isolamento acústico – prevenção de transferência de ruído – foi aprimorado pela redução do número de buracos e lacunas no piso a um mínimo e pela adoção de duas paredes, um painel de corpo e uma estrutura de material de superfície para reduzir o ruído do vento. A absorção sonora foi aprimorada por meio do ajuste da camada de amortecimento entre os painéis da carroçaria e os materiais da superfície para controlar melhor o ruído do vento e absorver mais sons de baixa frequência, como por exemplo o ruído de rolamento na estrada.
IMPRESSÕES REAIS
Conduzir o Mazda CX-60 foi das melhores experiências que tive no papel de condutor. Acima de tudo quis sentir como um SUV premium de elevada qualidade de design, solidez de construção se comportaria no trajeto que desenhei na minha cabeça pouco tempo antes do ensaio em si. Confesso que, quando estacionei o carro em Leça da Palmeira ao pé da praia, tive mesmo vontade de levar o carro para casa e logo aí comecei a sentir uma certa nostalgia. Em todo o caso, conduzir o Mazda CX-60 foi um momento de grande felicidade, como poderei explicar nas próximas linhas…
Já tinha conduzido outros modelos Mazda recentes – primeiro o totalmente elétrico MX-30, depois o hatchback Mazda3 equipado com o inovador motor a gasolina Skyactiv X -, ambos com o apoio do Concessionário Mazda da Auto Sueco Automóveis no Porto, e em ambos os ensaios fiquei maravilhado com o elevado nível de qualidade conferido pela linhagem Kodo e pelo comportamento muito suave e, ao mesmo tempo, acutilante sempre que dava mais força no acelerador e no travão, mas também com a suavidade e facilidade na troca de marchas conferida pela caixa manual de seis velocidades que apenas encontra rival nos modelos da Honda. Em qualquer dos modelos testados, pude comprovar o modo como a filosofia de condução “Jinba Ittai” funciona de modo cada vez mais evidente nos modelos Mazda. E logo aí pude concluir que o nível de qualidade de construção, dos materiais, da montagem e do design foi dos que mais evoluiu nos últimos 20 anos, mais do que qualquer outra marca de automóveis.

Mas conduzir o Mazda CX-30 representou uma nova experiência desportivamente sensorial à moda japonesa. Não que o conceito de SUV seja o pináculo da dinâmica e da agressividade característico dos carros desportivos, sobretudo pela normal inércia motivada pelo elevado peso face a veículos de outros segmentos, isto apesar de haver modelos que até disfarçam muito bem esse handicap. Não sendo um SUV com pretensões desportivas, o CX-60 é um SUV marcante e distinto, muito bem concebido e que provoca atrações muito fortes graças a um design que alia originalidade, robustez, harmonia de formas e detalhes únicos de design incomparáveis. É a roupagem ao estilo japonês Homura que lhe confere o seu lado mais desportivo – característica que na linha Takumi é abafada pela sua combinação de materiais de tons claros mais luxuosa -, provando também que o não alinhamento pela forragem do interior com tecido de camurça e/ou Alcântara que outras marcas aplicam em modelos ou versões desportivas não é fator eliminatório para a sua classificação como carro de índole desportiva. No caso do Mazda CX-60 Homura, a Mazda decorou o interior com uma combinação certeira entre o couro napa de cor escura e as aplicações metálicas na consola central, no tablier e nas guarnições das portas. De perfil, é aquilo que no vídeo classifico de “carrinha de mangas arregaçadas”, devido às proporções similares a uma carrinha (por exemplo a Mazda6 que já não está disponível no mercado europeu).

Em termos comportamentais e de performance, sem dúvida que a versão PHEV é a mais indicada para quem priveligia versatilidade de utilização, seja para uma circulação calma em cidade, seja para velocidades de cruzeiro em autoestrada, seja para explorar caminhos off-road, seja para momentos excitantes de drag race; a sua aceleração de 0 a 100 km/h em 5.8 segundos em modo Sport mostrou de facto o lado mais agressivo e/ou determinado, além de proporcionar um som de motor delicioso, sem ser excessivamente gritante (nem faria sentido sê-lo), mostrando a absolutamente notável força dos 327 cv de potência e dos 500 Nm de binário proporcionados pela motorização PHEV. Em todos os modos que experimentei, com exceção do modo Off Road, o Mazda CX-60 provou conseguir com facilidade anular o efeito da inércia aliada ao seu elevado peso ao manter uma postura neutra em todas as situações e ter um alto grau de manobrabilidade, mesmo em situações de inversão de marcha. O nível de insonorização é de facto irrepreensível, contribuindo para níveis de ruído muito baixos e reforçando a elevada sensação de tranquilidade e paz proporcionada pela vertente mais holística da filosofia de condução “Jinba Ittai” – até pelo facto de existir um sistema de ajuste automático da posição do volante e da altura do assento do condutor de acordo com a altura deste -, e o tato da direção é muito orgânico, permitindo que as mãos e os braços sintam os movimentos da carroçaria por mais ínfimos que sejam. Mesmo que a Mazda não equipasse o CX-60 com o sistema de segurança ADAS – afinal teve mesmo de o fazer por questões legais -, o carro mostrou toda a solidez, robustez e qualidade de construção em toda a sua linha do exterior ao interior. E com espaço de facto abundante, para pessoas e bagagens!
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A informação completa sobre todos os detalhes técnicos e linhas de equipamento está disponível no sitio de internet oficial da Mazda (Mazda Portugal). No mesmo local estão pormenorizados os sistemas de segurança que compõem o ADAS da Mazda, que neste artigo não esmiucei por considerar uma redundância, ainda que obrigatória no contexto do quadro legal da União Europeia, face ao nível de segurança e solidez apresentado que se encontra ao mesmo nível de outras marcas premium.
Perante tantos argumentos positivos e praticamente sem defeitos, o maior inimigo ao sucesso do Mazda CX-60 talvez seja mesmo o preço que, na versão mais básica (Prime Line), começa em valores superiores a 57 mil euros, o que pode ser considerado excessivo para o mercado português e tendo em conta de que a Mazda se quer afirmar como a nova referência premium na Europa e concorrer com as marcas já sedimentadas neste campo. Não obstante, a Mazda e, mais concretamente, o Mazda CX-60, possui elementos diferenciadores e uma filosofia global de influências nipónicas que tem feito escola e já mostrou ter validade científica e emocional.


Cada vez menos a Mazda quer ser apenas a marca do motor rotativo Wankel e do popular roadster MX-5, e cada vez mais a firma de Hiroshima quer conquistar o mercado mundial vincando as suas tecnologias made in house em comunhão com os seus padrões de elevada qualidade, acrescentando uma preocupação cada vez maior com a eficência de consumo de energia, facto comprovado através da mais recente evolução da sua já multifacetada tecnologia SKYACTIV que, inclusive, viu no “seu” motor rotativo uma nova oportunidade, desta feita como extensor de autonomia para o seu modelo elétrico MX-30. A sua aposta também na motorização Diesel mostra também que a Mazda dá valor a todas formas de motorização que domina, até pelo advento dos combustíveis sintéticos neutros em carbono que, ao que tudo indica, se podem adaptar aos atuais motores de combustão interna.
Por tudo isto, e pela sua honrada história – que inclui o desporto automóvel -, a Mazda terá um futuro risonho pela frente e fará sempre parte do portefólio de firmas japonesas do ramo automóvel, enquanto o conceito de automóvel existir…
NOTA: Artigo sujeito a atualizações mediante a possibilidade de testar a versão com o motor Diesel (aguardem por novidades).