A Maserati já vinha a anunciar desde 2019 – mais precisamente a 19 de fevereiro desse ano que veio a revelar-se bem melhor que o presente ano de 2020, o ano da nefasta pandemia COVID-19 – a vinda de um herdeiro espiritual do bombástico MC12 (cuja versão de corrida alcançou tremendo sucesso em corridas mundialistas de categoria GT1). Inicialmente, a sua apresentação esteve marcada para o mês de maio, contudo a grave crise pandémica que assolou o mundo inteiro e deixou particularmente a Itália em desespero motivou, naturalmente, um compreensível adiamento do evento de apresentação. Entretanto, em fevereiro deste ano a marca transalpina lançou um belíssimo teaser evocativo do seu glorioso passado comercial e desportivo, no qual foi mostrada justamente a sua musa inspiradora (no meio de outras)…
Contudo, convém não esquecer que foi o GranTurismo que ocupou o lugar de porta estandarte da gama Maserati desde 2007. Aliás, o atual GranTurismo é descendente de uma linhagem de carros de Grande Turismo (vulgo GT) que foi iniciada em 1947 com o A6 1500 GT Pininfarina. Mais, há quem diga (e bem) que foi mesmo a Maserati a inventora deste estilo de automóveis, claramente focados para um perfeito compromisso entre altas performances e níveis elevados de conforto/requinte. Por exemplo: só no ano seguinte, a arquirrival Ferrari implantou a versão Gran Turismo do modelo 166 Inter (algo rudimentar, pois a Ferrari ainda estava nos seus primórdios de produção automóvel). Quanto ao atual GranTurismo, cujo motor V8 foi desenvolvido em conjunto com a Ferrari e cuja produção cessou em dezembro de 2019, este teve várias versões e algumas atualizações que lhe foram melhorando em todos os aspetos, incluindo na performance, que ultrapassou claramente os 300 km/h, não sendo contudo considerado um supercarro. Bem se pode dizer: a Maserati é a Grande Mestre do Grande Turismo! Ah!… Que o digam os eternos Quattroporte e Ghibli, cuja beleza espanta qualquer entusiasta automobilístico…
Mesmo noutros modelos da marca que não os já citados, a essência de GT esteve sempre presente (desses falarei desses mais tarde, em momento oportuno). Até no mais radical de sempre, o MC12. E será a mesma base espiritual que esteve na base do novo supercarro da firma fundada pelo engenheiro Alfieri Maserati com a ajuda dos seus irmãos. Mas, nos tempos que correm outros valores se levantam, nomeadamente a sustentabilidade ambiental e a preservação da natureza e, assim sendo, tornou-se necessário cumprir normas apertadas de emissões nocivas ao ambiente, pelo que todos os futuros modelos Maserati serão eletrificados, a começar por este novo bólide, que terá uma versão com unidade motriz totalmente elétrica. Por outro lado, foi apenas graças ao “casamento” entre os grupos FCA (Fiat Chrysler Automobilies) e PSA (Peugeot Société Anonyme) – originando a aliança Stellantis – que foi possível avançar com o renascimento da marca do Tridente, e esse caminho foi já iniciado pela pomposa apresentação do supercarro de GT, a 9 de setembro de 2020. Eis o audacioso MC20…
O novo Maserati MC20, desenvolvido pela Maserati Innovation Lab, foi buscar alguns traços do protótipo Alfieri que foi apresentado seis anos antes. Aquando da sua conceção e desenvolvimento – processo iniciado em janeiro de 2019 – chegou a utilizar como mula um Alfa Romeo 4C com dimensões aumentadas para abrigar um primeiro exemplar do motor 100% desenvolvido pela Maserati, estabelecendo as dimensões definitivas do modelo; assim, em março deste ano, estava construído o primeiro protótipo que seria utilizado para vários testes intensivos. No meio do processo, o histórico piloto de Fórmula 1 pela Maserati (e não só), Sir Stirling Moss, morreu a 12 de abril deste ano, aos 90 anos de idade. Como forma de homenagear o grande senhor do automobilismo, a Maserati decorou o protótipo com o mesmo esquema de cores e letras do famoso “Eldorado” (Maserati 420M/58) com o qual Moss correu nas 500 Milhas de Monza em 1958.
As formas definitivas do novo MC20 marcam o início de uma nova era para a firma nascida em Bolonha e atualmente sediada em Modena. Na realidade, foi a audácia que permitiu o surgimento um novo ícone que vai marcar, não propriamente uma nova linha de design, mas antes um rejuvenescimento ao estilo renascentista de Florença, com o melhor toque de tecnologia italiana. Um facto inerente a esta renovação: a Maserati volta a adotar o grafismo original do seu logótipo para efeitos de marketing. Melhor notícia? A promessa de um regresso à competição automóvel em moldes semelhantes ao bem sucedido MC12. A sigla MC20 identifica o conceito “Maserati Corse 2020”, anunciando um regresso quase certo da Maserati à competição. Mas, antes disso, o MC20 é mais do que um mero sucessor evocativo do MC12 e, no fundo, da parte do glorioso passado desportivo da marca bolonhesa. Passado e futuro estão perfeitamente sintonizados numa aura de imensa tecnologia, made in Italy.
O NOVO MASERATI MC20, DETALHE A DETALHE
O MC20 é o primeiro supercarro da Maserati concebido num espaço de 16 anos, sendo produzido na histórica fábrica de Viale Ciro Menotti (Modena), onde foram produzidos até há bem pouco tempo os GranTurismo e GranCabrio. Tal como é apanágio neste tipo de bólide, o seu design assenta num formato coupé de dois lugares, prevendo no futuro uma versão de formato convertible. Visualmente reúne linhas do ainda atual GranTurismo (na zona frontal) e do ancestral MC12 (sobretudo de perfil). O facto de ter a sua unidade motriz em zona central traseira deixou espaço para duas bagageiras algo generosas para um superdesportivo: 100 litros de bagageira atrás, mais 50 litros de bagageira no capô dianteiro.
A firma que outrora pertencera (por breve tempo) ao universo Citroën e, mais tarde, esteve inserida no subgrupo Ferrari, foi buscar alguns ensinamentos à firma de Maranello que permitiram um baixa relação peso/potência (2,3 kg/cv, que a Maserati reclama ser a melhor da sua classe), um peso de apenas 1500 kg e um coeficiente aerodinâmico de apenas 0,38, isto apesar das suas dimensões algo generosas de superdesportivo (4669 mm de comprimento, 1965 mm de largura, 1221 mm de altura e 2700 mm de distância entre eixos). A contribuir para o seu baixo peso está o seu chassi, construído inteiramente em fibra de carbono conjugado com outros compósitos, graças a uma parceria com a especialista Dallara. Tal como a própria Maserati refere, a fibra de carbono permite a criação de formas que seriam impossíveis de criar com metal prensado. Um bom exemplo disso é o duo composto pelas portas que se abrem em forma de gaivota, uma solução que nunca antes fora experimentada na firma do Tridente. Ou melhor, foi sim… mas apenas e tão só no praticamente clássico MC12. Claro está que todo o seu design beneficia com esta solução, com clara valorização para a sua beleza. E depois há sempre a questão da segurança, já que a fibra de carbono deu total liberdade para a construção de uma monocoque de altíssima resistência para total proteção dos ocupantes em caso de qualquer acidente, tal como aconteceu com o MC12.
Os transalpinos dedicaram particular atenção à aerodinâmica, muito indissociável às formas esculturais do MC20. Para otimizar o desempenho aerodinâmico do novo modelo, os engenheiros utilizaram o túnel de vento da Dallara, onde mais de duas mil horas foram gastas no acerto das formas finais, assim como mais de mil simulações de computador utilizando o sistema CFD (Computational Fluid Dynamics). Não existem qualquer sombra de dúvida de que melhor seria impossível, pois o objetivo de obter uma obra de arte que conjugasse elegância, naturalidade, eficiência, equilíbrio e desportividade foi atingido a 100%. Nesse aspeto, o atual GranTurismo já se revelara exímio. Mas este novo bambino atingiu um patamar ainda mais elevado. As saídas de ar no capô e as aberturas laterais que permitem a entrada de ar do motor e refrigeram o intercooler são belas e discretas, pois em alguns ângulos praticamente nem se fazem notar. Não existem sequer apêndices aerodinâmicos, mas apenas um spoiler traseiro discreto que melhora o fluxo de ar vindo de baixo e aumenta o downforce sem prejudicar a beleza do carro. O piso do carro foi totalmente revestido e com detalhes de design específicos a fim de melhorar a eficiência aerodinâmica. Mas, o grande piece of cake da aerodinâmica está guardado na secção traseira do MC20: o grande difusor traseiro que contém canais de diferentes profundidades e spoilers verticais otimizados para explorar diferentes níveis de pressão entre as várias secções a fim de gerar vórtices altamente eficientes de fluxo de ar.
No exterior existem ainda outros elementos distintivos que pouco ou nada devem ao seu antecessor espiritual MC12, entre os quais: o formato afunilado e único dos faróis e dos farolins iluminados com tecnologia “Full LED”; o badge “MC20” decalcado em placa metalizada e polida, colocada estrategicamente no dorso das duas portas, cuja extensão da mesma representa respetivamente uma das duas bancadas tricilíndricas do motor de arquitetura V6 que ainda hoje em dia equipa várias versões de modelos da marca e o próprio MC20; o óculo traseiro que cobre o motor – cujas aberturas de dissipação de calor compõem uma ilustração do tridente – ladeado por seis aberturas laterais (três em cada lado) e uma abertura maior no fundo do óculo; as belíssimas jantes – cada uma fixa por cinco pernos – cujos raios de desenho radical parecem complementar o logótipo do Tridente posicionado no meio da roda; as generosas saias laterais que formam uma espécie de prelúdio do difusor traseiro; as genuínas aberturas de ar e a grelha frontal renascentista; por fim, o restaurado logótipo (incluindo o lettering) que honra como nunca o passado da marca.

O novo superdesportivo praticamente conseguirá atingir o mesmo nível de velocidade de ponta do seu antecessor MC12, ou seja, mais de 325 km/h, exatamente com o mesmo peso (aproximadamente 1500 kg) e o mesmo nível de potência (630 cv às 7500 rpm). Mas, ao passo que o seu “pai” utilizou um bloco V12 atmosférico emprestado pela Ferrari (o mesmo que equipou o contemporâneo Ferrari Enzo), o “coração” do novo MC20 é um novo motor V6 3L biturbo com wastegate de acionamento eletrónico, revolucionário e 100% concebido e desenvolvido pela Maserati; assim é garantido pela firma transalpina, apesar de as más línguas afirmarem que se trata do mesmo bloco que equipa os Alfa Romeo Quadrifoglio e que é uma base mecânica para o V8 que equipa o superdesportivo híbrido plug in Ferrari SF90 Stradale. Existem de facto algumas semelhanças: o ângulo das duas bancadas de cilindros que é de 90º; o limite de rotações que é o mesmo nos outros motores já citados, ou seja, 8000 rpm; por fim, a ordem de combustão dos cilindros (sequência de cilindros 1-6-3-4-2-5) que é exatamente a mesma.
Bom… Tais factos até podiam ser verdadeiros, mas chamar os italianos de mentirosos dá certamente direito a uma valente tareia, portanto não queiram ver um italiano furioso pela frente…
Seja como for, as semelhanças acabam aí e não provam a veracidade, por si só, de tais teorias de conspiração. A Maserati resolveu, apaixonadamente, batizar o motor de Nettuno, inspirado na figura mitológica do deus do mar Neptuno, que é portador do seu indissociável tridente, o símbolo da Maserati. De facto, a unidade motriz foi concebida de raiz in house e até está protegida por uma patente internacional. Este sensato procedimento tem um inequívoco argumento que marca a essência motriz do MC20: o Nettuno é portador da mais vanguardista tecnologia de combustão, denominada Maserati Twin Combustion, herdada diretamente da Fórmula 1. Foi este o ponto decisivo para que a máquina do tempo atinja uma aceleração de 0 a 100 km/h em menos de 2,9” e de 0 a 200 km/h em menos de 8,8”. Claro está que o que também ajuda a este brilhante desempenho – somente comparável com o Porsche 911 (992) Turbo S – é a caixa automática DCT de dupla embraiagem com 8 velocidades (as primeiras seis intervém diretamente na entrega de potência, ao passo que as duas últimas auxiliam a redução de emissões poluentes), comandada sequencialmente por patilhas no volante ou com funcionamento 100% automático, conforme opção do condutor, que transmite toda a potência do motor unicamente para as rodas traseiras. Mas, em que consiste soberba tecnologia transferida da competição rainha do automobilismo?
Segundo afirma a Maserati, esta tecnologia será implementada pela primeira vez num carro de estrada. Entre outros preciosismos conferidos pela unidade motriz que saltam à vista dos apreciadores (ou petrolheads), existem três componentes chave: a pré-câmara de combustão, colocada entre a vela central e a câmara de combustão central à qual é conectada por uma série de orifícios de formato peculiar; a vela de ignição lateral, em formato padrão, que serve de reserva para uma combustão suave do motor em situações em que o uso da pré-câmara não é necessário; por fim, o duplo sistema de injeção (direta e indireta) que, sob pressão de entrega de combustível cifrada nos 350 bar, reduz o ruído do motor em baixa rotação, permite uma redução de emissões poluentes e ainda ajuda a economizar combustível.
Eis o processo detalhado de combustão: o novo motor possui uma câmara de combustão dupla para cada cilindro, num esquema que inclui uma pré-câmara, na qual está instalada a vela de ignição principal. A mistura de ar-combustível é forçada para a pré-câmara durante o curso de compressão do pistão. A vela de ignição principal inflama a mistura na pré-câmara, desencadeando a combustão piloto, sendo de seguida canalizada por meio de orifícios especiais para a câmara de combustão convencional. O processo gera a combustão propriamente dita com múltiplas frentes de chama, conferindo alta turbulência e, portanto, maior eficiência, traduzindo-se em melhor eficiência geral do motor e aumento de potência específica (cv/L) sem agravar o consumo de combustível. Resultado: uma taxa de compressão de 11:1 para um curso de 82 mm e um furo de 88 mm, binário de 730 Nm (entre as 3000 e as 5500 rpm) e um consumo de combustível combinado estimado em 11,6 L/100 km.

Para a alta eficácia de comportamento em asfalto do MC20 contribui o excelente chassi, composto pelos seguintes elementos: travões de generosos discos ventilados (com opção de material carbocerâmico de dimensões ainda maiores do que os convencionais) e pinças da Brembo (de seis êmbolos à frente e quatro êmbolos atrás), que permitem uma distância de travagem de 100 a 0 km/h de apenas 33 metros; sistema de suspensão em double-wishbone com eixo de direção virtual e barra anti rolamento (que inclui um ascensor como opção no eixo da frente); as supremas jantes forjadas em alumínio, de 20 polegadas, que abrigam pneus de medida 245/35 ZR 20 à frente e 305/30 ZR 20 atrás; por fim, o diferencial mecânico de limitação de deslizamento das rodas traseiras (ou diferencial eletrónico, em opção).
O interior é pura e simplesmente revestido de doses, sobrepostas umas às outras, de desportividade e luxo majestosos. A Maserati sempre colocou o condutor no centro da ação, rodeado sempre de uma boa dose de luxo e requinte. No MC20 o luxo e requinte manteve-se, mas a pimenta desportiva está mais forte que nunca, compondo um misto de sobriedade e inspiração no desporto automóvel que se traduz numa simbiose entre o couro, a alcantara e a fibra de carbono, com nuances e pespontos em azul e poucos traços de design agudos. O aspeto geral do interior é escuro, com a finalidade de evitar reflexos do para-brisas. Os bancos do condutor e do pendura estão sublimemente desenhados para que a conexão desportiva com o MC20 funcione em pleno. É notório que o volante e suas patilhas tenham reminiscências com tais elementos que os Alfa Romeo Quadrifoglio utilizam, mas há uma perfeita adaptação à filosofia Maserati, tanto que o volante Maserati é forrado a alcantara e fibra de carbono, ao passo que as patilhas são inteiramente compostas de fibra de carbono com polimento especial, além do facto de ser o primeiro com um botão de ignição e um botão de Launch Control. A consola central, em fibra de carbono, consegue ser estreita e redonda, estando nela inseridos apenas três botões: o do comando dos modos de condução, o botão “D/M” que faz o switch entre os modos de funcionamento da caixa DCT entre o modo automático (D) e o modo manual (M), e o botão de marcha-atrás “R”. No centro do tablier encontra-se um ecrã de infotainment. Pela primeira vez num Maserati, o painel de instrumentos é 100% digital, apresentando uma elevada qualidade gráfica. As saídas de ar condicionado são talvez o aspeto mais simples de todo o panorama escultural do interior e só se fazem mesmo notar quando na porta do porta luvas encontra-se o logótipo “MC20”, sublinhado com uma risca da bandeira tricolor italiana, ou então quando olhamos mais em pormenor para a consola que envolve o painel de instrumentos.
Tecnologicamente o MC20 tem personalidade própria e vários estados de humor. Quer isto dizer que o temperamento do motor e o acerto da suspensão podem ter várias configurações, que se traduzem nos já bastante badalados modos de condução. Eles podem ser comandados diretamente no botão rotativo embutido na consola central, ou então mais em detalhe em modo touch no ecrã de infotainment. Os genuínos modos de condução são quatro: GT Mode, ou “modo Gran Turismo”, que é o modo padrão assim que o motor é ligado, indicado para uma condução diária que privilegie a máxima facilidade de utilização e conforto; WET Mode, ou “modo chuva”, indicado para circulação em estradas molhadas ou húmidas, oferecendo máximo controlo pela via da limitação de entrega de potência a fim de evitar derrapagens aquando da aceleração ou a curvar; SPORT Mode, ou “modo desporto”, que oferece o melhor desempenho em condições de alta tração, sendo ideal para uso em pista; por fim, o mais agressivo CORSA Mode, ou “modo corrida”, através do qual os níveis de controlo de tração e de estabilidade ficam nos mínimos, dando asas a algumas derrapagens controladas. É no modo CORSA que o condutor pode ativar o Launch Control, que confere máxima eficácia de aceleração de 0 a 100 km/h nas melhores condições de segurança. Existe ainda o modo suplementar ESC OFF Mode, similar ao modo CORSA, que desliga totalmente o controlo de tração e deixa tudo nas mãos do condutor. Na medida em que os modos de condução de vão tornando mais agressivos, os níveis de entrega de potência, sensibilidade de pedal e do volante, abertura de válvulas de escape, configuração de mudança de marcha, dureza da suspensão e de controlo de tração ficam progressivamente mais sensitivos para o condutor.
A Maserari estreia a nova geração do sistema de infotainment MIA (Maserati Intelligent Assistant) que possui várias modalidades de multimédia. Não sou particularmente fã deste tipo de tecnologia, ainda por cima num carro com clara vocação desportiva, onde o que se quer ouvir é o som melodioso do V6 biturbo. Mas interessa saber que este sistema está conectado a um sistema de som standard de qualidade premium com seis saídas de som, havendo a opção de um sistema mais completo com 12 saídas, este último da conceituada Sonus Faber. Isto claro quando se quer um ambiente mais relaxado, com o carro parado…

O MC20 já pode ser encomendado em seis cores, todas elas inspiradas no passado glorioso da marca: Bianco Audace, Giallo Genio, Rosso Vincente, Blu Infinito, Nero Enigma e Grigio Mistero. Decididamente no início de 2021 já o poderemos ver nas ruas, sendo que mais tarde (em 2022) teremos uma versão com motor elétrico (igualmente performante) e ainda uma versão descapotável.
A Maserati inicia uma nova era na sua história, que será marcada por um profundo enaltecer da arma de Neptuno, que por alguns momentos esteve mais enferrujada. Será que o novo MC20 é um puro GT? Sim, decididamente! Tudo leva a crer que estará numa posição de força para lidar com colossos alemães e ingleses, não querendo contudo superiorizar-se a estes, nem à sua arquirrival Ferrari. Só o tempo dirá se a nova estratégia dará os seus frutos. Uma coisa é certa: o novo MC20 não deixa os seus créditos por mãos alheias. E a prova de que dos lados do chamado valle dei motori não param de surgir novas ideias para criar uma nova arte automóvel. Ainda que os tempos estejam a mudar a uma velocidade vertiginosa…