Depois de anos a fio com o já velhinho mas bem sucedido Vantage, eis que finalmente chega um Vantage totalmente novo. Este é apenas o segundo carro de Grande Turismo totalmente novo desde que a Mercedes-AMG comprou umas míseras ações da histórica firma inglesa na construção da nova identidade da marca inglesa, mais jovem e jovial, mantendo intacta a tradição inglesa de embelezar as suas obras de arte. Um novo marco na história de uma empresa que no passado passou por sérias dificuldades financeiras e que, de há uns anos para cá, foi rejuvenescendo a sua imagem de exclusividade, beleza e rigor de construção.
O novo benjamim foi apresentado oficialmente, com pompa e circunstância, a 21 de dezembro de 2017 no país do Sol Nascente, ou seja, Japão. No momento da apresentação, o CEO da Aston Martin, Andy Palmer, desafiou os rivais: “Porsche e Ferrari, cuidem-se: a Aston Martin está de volta!”. Não é caso para menos, pois quem esteve presente na festa de apresentação testemunhou o quão sólido e jovem é o novo Vantage. Nunca um Vantage se apresentou tão avantajado como este.
O anterior modelo era polido e sólido. Este também o é, mas com um toque distinto de agressividade, sem ferir a fluidez da silhueta – em forma de tubarão – altamente inspirada no protótipo DB10 que lhe serviu de base, e que foi conduzido pelo personagem James Bond no filme 007 – Spectre. O novo Vantage foi concebido, primeiro: para honrar a história de todos os Vantage, a começar pelo primeiro modelo a utilizar uma versão mais potente com aquela designação, o DB2; depois, para agradar ao público tradicional, por norma de meia-idade. Mas sobretudo, para ser um sucesso de vendas e, para tal, pretende atrair um público mais jovem não só pelo design em si, mas também através da introdução do sistema “In-Car Entertainment” – controlado e visionado através de um monitor LCD de 8” bem no centro do tablier – que comanda o Aston Martin Audio System, as ligações telefónicas e de áudio Bluetooth, o iPod, o iPhone, a ligação USB e ainda o sistema integrado de navegação por satélite.
O design fluído não se resume ao exterior. Tal sistema de entretenimento encaixa que nem uma luva no interior luxuoso que reflete a mais elevada qualidade dos materiais, complementada pela pintura imaculada na zona central e nas portas. Todo o tecido que reveste o tablier, assim como os bancos e o volante, foi cozido pelo método artesanal, sendo ele em couro Alcântara, como é apanágio dos grandes desportivos. Todos os botões, inclusive o comando de infoentretenimento emprestado pela Mercedes, estão agrupados de forma harmoniosa na zona central do tablier, convidando o condutor a apalpar tudo com as mãos, como se de uma figura feminina se tratasse. Todo o cockpit foi concebido de modo a enfatizar a união do condutor com o veículo, de tal modo que o sedutor agente secreto James Bond poderia sentir-se tentado a não alinhar em novas missões arriscadas só para conduzi-lo horas a fio…
O desempenho aerodinâmico foi o mote para o conceito de design do Vantage: o splitter dianteiro dirige o fluxo de ar por debaixo do carro, onde um sistema de vedação canaliza o ar de arrefecimento para onde é necessário e também garante que o difusor traseiro seja alimentado com fluxo de ar limpo. O design do difusor cria uma área de ar de baixa pressão, ao mesmo tempo em que evita que a turbulência gerada pelas rodas traseiras perturbe o fluxo de ar saindo centralmente por baixo da parte traseira do carro.
O chassis é uma evolução da mais recente estrutura de alumínio integral vista pela primeira vez no DB11, muito embora o Vantage tenha cerca de 70% de peças novas. O equilíbrio, a força, a rigidez e a eficiência do peso foram todas as prioridades no novo projeto Vantage, assim como a pureza e consistência do manuseamento. Os atributos do chassis incluem uma subestrutura traseira montada solidamente para uma sensação de conexão direta para o condutor, bem como os novos pneus Pirelli P Zero desenvolvidos especificamente para o novo Vantage e o sistema de amortecimento adaptativo de última geração, que incorpora a tecnologia Skyhook e oferece as opções Sport, Sport Plus e Track.
O chassis em si não é o único responsável pela dinâmica animalesca do novo GT inglês. Para tal contribui também a estreia absoluta na gama do novo Diferencial Traseiro Eletrónico (E-Diff), o qual está ligado ao controlo de estabilidade do carro e recebe informações do comportamento do mesmo para distribuir diferentes níveis de potência para as duas rodas traseiras, mantendo o equilíbrio do chassis mesmo em curvas apertadas, algo que o anterior Vantage nunca seria capaz de fazer. Ao contrário de um LSD convencional, ele pode passar de totalmente aberto a 100% bloqueado em questão de milissegundos. A velocidades elevadas, a velocidade e sensibilidade de resposta do dito diferencial mostram a validade do sistema, o que confere níveis de alta confiança para o condutor, que se coloca numa posição de condução mais baixa do que seria normal num Aston. Neste contexto, o novo lobo solitário mostra todas as suas capacidades inatas.
O coração que bate no novo Vantage é o novo V8 4.0L biturbo de origem Mercedes-AMG – o mesmo que equipa também o DB11 – que debita 510 cavalos às 6000 rpm e 685 Nm no intervalo entre 2000 e 5000 rpm. Está localizado no capot frontal, mas em posição o mais próximo possível do centro e o mais próximo possível do solo, de modo a conferir uma distribuição de peso 50:50 e um centro de gravidade otimizado. O peso em seco de 1530 kg (relativamente baixo) ajuda a conferir-lhe uma baixa relação de peso-potência e de binário-potência, algo que é logo demonstrado assim que o pé pisa o pedal do acelerador. A gestão meticulosa dos sistemas de gestão da indução, do escape e do motor dá ao Vantage uma personalidade e uma banda sonora realmente assustadoras, com expressão máxima no modo Track, como aliás não podia deixar de o ser. A comandar as emoções do motor a missão ficará, por enquanto, a cargo da transmissão automática ZF de oito velocidades, montada no eixo traseiro – onde é transmitida toda a potência – catapultando o bólide para uns impressionantes 314 km/h com uma aceleração dos 0 aos 100 km/h em apenas 3.5 segundos.
O início da comercialização do novo Vantage está marcado para o início do segundo trimestre de 2018, não devendo custar menos de 154 mil euros em território europeu. Será disponibilizado em várias versões de personalização: Adrenaline, Molten, True Hunter, Lunar Eclipse, Dynamic Pulse e Tactical.
A sua versão de competição, o novo Vantage GTE, irá estrear-se logo na primeira prova do Super Season do FIA WEC, as 6 Horas de Spa-Franscorchamps, a 3 de maio.